domingo, 11 de abril de 2010

Carta a Catarina de Médici, Rainha da França.

Sua Alteza,
Você que adora gastronomia e parece ter inventado o salto alto, talvez possa nos entender.
Você  conhece duas amigas novas... sai pra jantar no Shopping e come uma salada saudável (pra deixar um espacinho pro café e pro doce...) É maravilhoso como algumas coisas são ainda universais e capazes de unir mulheres de 20, 30 e 40 anos... que foi o nosso caso! Um papo ótimo sobre versões atuais de homens e relacionamentos... troca de experiências e muitas risadas...depois,  uma espiadela rápida de vitrines.
Então, aquele acontecimento clássico: uma colorida vitrine de sapatos. Impressionante, mas neste momento, temos todas a mesma idade: 15 anos, olhos voluptuosos, impetuosidade e passos firmes em direção a entrada da loja.
Prezada Catarina de Medici, você que nunca frequentou um Shopping, mas já era louca por sapatos, poderia me responder quantos pares de sapato são suficientes para satisfazer os caprichos de uma mulher, melhorar seu humor, fazê-la esquecer que está longe de casa e com saudades dos seus amores?
Li uma vez que a Fernanda Lima tinha 100 pares de sapatos.  Quando ia comentar que, após uma mega faxina e muitas caixas de sapato doadas, contabilizei 70, minha amiga de 30 bateu o recorde: 240 sapatos.
Caramba!! Porque será que nós gostamos tanto de sapatos? Será que existe alguma correlação entre o alinhamento do chakra plantar e o uso de sapatos novos? Será que a distância dos olhos ao sapato nos permite uma melhor apreciação panorâmica e estética, quando esticamos a perna, diferente de roupas, brincos, cintos e outros acessórios menos estrategicamente localizados e só visíveis com espelho?
Será que o sapato simboliza a nossa base sólida, a nossa conexão com a terra e a realidade? Será que subir no salto realmente nos leva a uma sensação de poder?
Só sei que entre cores, fivelas, laços e tipos diferentes de saltos ficamos entretidas por um bom tempo. Até perdemos o café... o Shopping fechou, claro!
Mas engraçado foi a moça tentando me vender 3 pares e eu tentando me convencer a duras penas, que eu não precisava de um sapato bege, apenas um preto e um vermelho. Comprar o bege seria excesso de consumismo e eu já tinha passado desta fase. Conseguia me controlar.  A propósito, duvido que o significado de precisar do dicionário contemple a nossa particular definição deste verbo, quando o assunto é shopping. O fato é que a vendedora era ótima e apostou que me convenceria a levar os três pares de sapato, porque faria uma proposta de pagamento irrecusável. Eu saí da loja orgulhosa de mim mesma, não sucumbi ao sapato bege.. mas levei os outros dois e uma bolsa linda... Ops!
Na saída da loja minha nova amiga comentou: "Nossa!! A proposta de desconto dela deve ter sido ótima pra você ter levado a bolsa, que custava duas vezes o preço do sapato bege."
Não sei, não lembro, pensando bem acho que nem tinha realmente um desconto...ela só propôs algumas formas alternativas de pagamento... Caímos as três na risada!!!

Alteza, você ia adorar!!! Beijos.

Nenhum comentário: