quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Carta (quase um bilhete) a Sidarta Gautama

Mestre,
você pregava a impermanência das coisas e por conta disso, o desapego. Praticava o amor fraternal, sem expectativas... o auto-controle através da meditação.
Evitar os excessos, seja de euforia ou tristeza...para alcançar o equilíbrio. Exercitar a alegria interior e o sorriso fácil,  o perdão e o não julgar...
O problema é que esse equilibrio parece tão pálido, tão opaco. Cadê o brilho no olho? Cadê a taquicardia e o frio na barriga? Aquele êxtase pela conquista? Parece que estamos nos protegendo do sofrimento com essa atitude comedida... e acabamos nos furtando do arrebatamento de alegria...
Você pensa mesmo que, se não conseguimos controlar nossas emoções e retornar rápido de um estado de tristeza ou mesmo de um estado de alegria, então é melhor não tentar? Tem certeza?
Não parece covardia? Medo de sofrer?
Não é mais lógico tentar inventar um 'avião emocional' pra gente poder ir e vir mais rápido?
Vamos conversar com Santos Dumont? Ou seria um caso a ser estudado pela NASA?

Namastê, Sidarta.
                               Guinèvere